No RUF, universidades do Sul e Sudeste concentram graduações de ponta em design
Cursos acompanham o mercado, afirmam coordenadores da UFRGS e da ESPM; formação retorna ao ranking
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Os cursos de design voltaram a ser considerados enquanto graduações separadas no RUF deste ano. Entre as edições de 2017 e 2019, última publicada pela Folha, eles eram computados junto aos cursos de artes visuais.
Dos 20 melhores, 14 são de universidades públicas. A maioria está no Sul e Sudeste, com exceção dos programas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), em terceiro lugar, UFG (Universidade Federal de Goiás), em oitavo lugar, e UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), em 16º lugar.
No topo está o curso da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), que existe desde 2006 e liderou duas vezes entre 2014 e 2019. Em 2015, a Faculdade de Arquitetura da UFRGS dividiu o curso em dois, design de produtos e design visual.
Nesses casos, o ranking computa os cursos como um, calculando a média da pontuação dos dois programas. Em 2023, o RUF considerou na mesma lista todas as formações de design gráfico, design de produtos, design de interiores e desenho industrial.
Para entrar na lista da Folha, um curso ou grupo de cursos precisa estar entre os 40 com mais matrículas no país, de acordo com o Censo da Educação Superior, do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).
O vice-coordenador de design visual da UFRGS, Sandro Fetter, diz que um dos diferenciais da federal é a duração do programa, de cinco anos —faculdades privadas de ponta, como Mackenzie, ESPM, Belas Artes e Anhembi Morumbi, preveem quatro anos. Além disso, afirma, os alunos têm formação generalista e abrangente.
"Nosso objetivo é que o aluno tenha capacidade de ser uma liderança em projetos de design", diz Fetter.
O programa recebe duas turmas de 20 alunos por ano, entre design de produtos e design visual. Metade das vagas é destinada exclusivamente a estudantes de escolas públicas e um quarto a negros e indígenas. O ingresso é pelo Enem.
Entre as faculdades particulares, a liderança ficou com a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), que está em sexto lugar no ranking geral de design.
Carolina Raffainer, coordenadora, diz que o curso é voltado para o mercado de trabalho e para o empreendedorismo. Como diferenciais, ela cita o corpo docente formado por profissionais do mercado e as parcerias com empresas, como Nestlé e Braskem. Os trabalhos são produzidos a partir de demandas reais das companhias.
Embora as criações não cheguem ao mercado, elas são avaliadas e inspirar novos produtos visuais.
"O aluno tem um choque de realidade, desenvolvendo trabalhos e apresentando para o mercado", afirma ela, que é designer formada na UFRGS.
Raffainer argumenta que a instituição é mais ágil do que as públicas para adaptar a grade horária. "Por ser particular, conseguimos alterar o currículo de acordo com a demanda do mercado", diz.
Ao longo do curso, os alunos podem obter microcertificações em áreas específicas, como moda, negócios e animação digital. A coordenadora diz que agências de marketing, desenvolvedoras de jogos digitais e confecções de roupas são destinos comuns dos alunos após a graduação.
São 90 vagas por ano, metade delas preenchidas via Enem e metade via vestibular próprio. A mensalidade custa R$ 5.600. A instituição oferece bolsas de até 100%, conforme a pontuação no exame.
Para Fetter, o curso da UFRGS também está atento às mudanças do mercado. Ele cita a disciplina de UX (experiência do usuário, na sigla em inglês), que ensina a criar interfaces de aplicativos.
De acordo com ele, os formados em design de produto, em geral, encontram emprego na indústria de mobiliário e em escritórios de arquitetura, enquanto os de design visual vão para as áreas de propaganda, embalagens e desenvolvimento de aplicativos.