USP lidera ranking geral pelo quarto ano seguido e ocupa o primeiro posto em 33 carreiras avaliadas
Instituição ainda é considerada a melhor em quatro dos cinco indicadores; depois, em lista dominada pelo Sul-Sudeste, aparecem a Estadual de Campinas e as federais do Rio Grande do Sul, do Rio Janeiro e de Minas
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A USP (Universidade de São Paulo) mantém a liderança no RUF (Ranking Universitário Folha) pela quarta edição consecutiva. Com a melhor nota na classificação geral, a instituição se destaca como a primeira classificada em 33 das 40 carreiras avaliadas, como direito, psicologia, enfermagem e administração, que, juntas, somam mais de meio milhão de ingressantes.
Em sua décima edição, o levantamento avalia, ao todo, 203 universidades (públicas e particulares) e as 40 carreiras com maior demanda no país. São aplicados cinco indicadores: ensino, pesquisa, mercado de trabalho, inovação e internacionalização.
Esta é a oitava vez que a USP lidera o ranking —só em 2016 e 2017 não ficou em primeiro, posto ocupado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Segundo o reitor da universidade, Carlos Gilberto Carlotti Junior, entre as iniciativas de destaque da instituição no último ano estão projetos relacionados à permanência estudantil, como a criação do Fundo USP Diversa, voltado à concessão de bolsas, e a criação de centros internacionais e de pesquisa e inovação.
Um exemplo concreto é a implantação da estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir de etanol. Previsto para ser inaugurado em novembro, o projeto terá capacidade de produzir 4,5 quilos de hidrogênio por hora, quantidade suficiente para abastecer até três ônibus e um veículo leve.
A iniciativa é parceria entre a Escola Politécnica da USP e empresas privadas e tem como objetivo abastecer os ônibus que circulam exclusivamente dentro da Cidade Universitária, em São Paulo, além de um automóvel para testes.
"Há anos a USP tem feito um esforço muito grande para que a inovação fizesse parte de sua agenda e estivesse presente em todos os seus ambientes", afirma Carlotti Junior à Folha.
"É cada vez mais clara a importância da interação entre o governo, as empresas, as universidades, os empreendedores e as agências de financiamento de capital de risco para gerar conhecimento e inovação."
No RUF 2024, a Universidade de São Paulo está à frente em quatro indicadores —inclusive em inovação e internacionalização—, exceto no de ensino, em que a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) lidera.
Na segunda posição da classificação geral desde 2019, a universidade do interior paulista teve avanços recentes em suas políticas institucionais, destaca o reitor, Antonio José de Almeida Meirelles, como a adoção de cotas para pessoas com deficiência nos cursos de graduação.
"A Unicamp analisa, agora, a possibilidade de estabelecer cotas na graduação para pessoas transgênero", afirma ele. O assunto ainda passará pelo Conselho Universitário.
No campo da pesquisa, Meirelles destaca a participação da universidade em dois projetos internacionais. Um deles dedica-se a estudar propriedades dos neutrinos, que são partículas subatômicas abundantes no universo, sem carga elétrica.
O segundo é voltado à avaliação dos efeitos do aumento do gás carbônico atmosférico sobre a amazônia, sua biodiversidade e seus ecossistemas, este uma parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o governo britânico.
Pelo segundo ano consecutivo, o ranking tem uma instituição do Sul do país, a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), na terceira posição. A UFRJ permanece no quarto lugar, e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), no quinto.
Fora do eixo Sul-Sudeste, apenas a UnB (Universidade de Brasília) aparece entre as dez primeiras classificadas. A UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), melhor do Nordeste, perdeu uma posição e ficou fora do top 10.
Na região Norte, a mais bem colocada é a UFPA (Universidade Federal do Pará), na 29ª posição, sendo a única universidade da região entre as 50 primeiras.
Entre as universidades particulares, a PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) é a com melhor classificação no ranking geral, ocupando a 22ª posição. A PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) é a privada que lidera o maior número de cursos avaliados no levantamento, nove.
No direito, a escola da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) mantém a sua posição como a melhor entre as instituições privadas por três edições consecutivas.
Em economia, pela primeira vez desde a criação do RUF, a Escola Brasileira de Economia e Finanças (FGV EPGE), que fica no Rio de Janeiro, assume a dianteira entre as particulares, ficando à frente da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), que liderou todas as edições anteriores.
Filosofia fica de fora desta edição porque não está entre os 40 cursos com maior demanda no país, de acordo com o Censo da Educação Superior de 2022.
Zootecnia retorna ao ranking, com a liderança da UFV (Universidade Federal de Viçosa), de Minas Gerais.