Universidades federais de PE e de Pelotas aparecem pela 1ª vez entre as melhores em medicina do RUF
Entre as instituições particulares, PUCs de SP e de Goiás e Faculdade Albert Einstein também estreiam no topo
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A UFPel (Universidade Federal de Pelotas) e a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) aparecem pela primeira vez entre as dez melhores escolas públicas de medicina do país no RUF. A USP (Universidade de São Paulo) segue no topo.
Entre as particulares com posições pela primeira vez no top 10 estão a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), a Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, a FPS (Faculdade Pernambucana de Saúde), a Famene (Faculdade de Medicina Nova Esperança) e a PUC-GO (Pontifícia Universidade Católica de Goiás). A PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) lidera nesse grupo.
Os melhores têm em comum o contato logo nos primeiros semestres dos estudantes com os pacientes. A abordagem prática desde cedo tem sido apontada como diferencial na formação.
Outro ponto em comum é a preocupação com a permanência dos alunos e a saúde mental deles. Além disso, as mulheres são maioria entre os estudantes em várias dessas instituições.
Em 2024, a FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) implantou o programa Cuidar bem, para formar bem, que inclui atendimento clínico e psicológico aos 1.050 matriculados e orientações para atividades físicas e vacinação.
A iniciativa também garantiu licença-maternidade e paternidade para graduandos e creche para quem tem filhos pequenos.
"Iniciamos aqui na FMUSP, e agora a universidade também incorporou esse benefício. Parece pequeno, mas faz uma enorme diferença para quem precisa", diz Iolanda Tibério, presidente da comissão de graduação da FMUSP.
José Knopfholz, decano do curso de medicina da PUCPR, destaca que o sucesso da universidade está em equilibrar o uso de tecnologias de ponta com a formação humanística.
"Nossos alunos têm contato direto com pacientes desde o primeiro semestre, além de acesso a ferramentas tecnológicas avançadas, como o Centro de Realidade Estendida, que oferece simulações com avatares e realidade aumentada", diz.
Na mesma linha, o curso da UFPel tem sido referência regional em atenção primária, com atividades práticas em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e ambulatórios. "Nossos alunos já estão inseridos nas UBS desde o início, o que permite que eles desenvolvam uma relação prática e humanística precoce com a medicina," diz Julieta Fripp, coordenadora.
Gilson Allain Teixeira, coordenador da graduação da UFPE, destaca a proximidade entre professores e alunos como um dos principais diferenciais.
Segundo Teixeira, o processo contínuo de avaliação e reavaliação dos métodos pedagógicos permite o constante aprimoramento, com foco em atender as demandas dos estudantes e melhorar o processo de ensino. "Estamos sempre nos avaliando, reavaliando métodos de aula, de avaliação, e buscando inovar onde for necessário", diz.
Com quase 200 docentes e um currículo voltado para o aprendizado em pequenos grupos, a PUC-SP foca práticas clínicas e humanização. O curso oferece três anos de internato (prática supervisionada), um a mais do que o exigido pelas diretrizes do MEC (Ministério da Educação).
"Desde o início, os alunos estão em contato com pacientes e aprendem em pequenos grupos, o que permite uma experiência mais próxima e personalizada," afirma Alexandra Geraldini, pró-reitora de graduação.
Geraldini ressalta a formação do corpo docente, com metade composta por doutores.
A Famene (Faculdade de Medicina Nova Esperança), na Paraíba, que entrou no ranking pela primeira vez, destaca-se pelo envolvimento dos alunos em atividades de extensão comunitária.
Gladys Moreira, coordenadora do curso há 20 anos, explica que os estudantes são incentivados a participar de projetos que impactem diretamente a comunidade. "Nosso compromisso é com a saúde pública e com a formação de médicos que entendam a realidade social em que vão atuar", diz.
Saulo Felipe, coordenador do Nupetec (Núcleo Pedagógico de Ensino e Tecnológico) da Famene, complementa que a instituição utiliza na aulas tecnologias como a prototipagem 3D para simulação de cirurgias.
Já a Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, em São Paulo, com 80 docentes e 711 alunos (64% mulheres), também utiliza tecnologia para aprimorar o ensino, sem deixar de lado a prática real.
"A simulação é parte fundamental do nosso processo de ensino, mas não substitui o contato direto com pacientes. Nossos alunos vivenciam a prática desde o início e são preparados para lidar com as mais diversas situações clínicas," afirma Alexandre Holthausen Campos, diretor de ensino da faculdade.