No topo entre as particulares, PUCs investem em tecnologia e promovem intercâmbio entre cursos

Instituição do Rio Grande do Sul lidera, seguida pelas unidades do Rio e do Paraná, geridas de forma autônoma

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Fernando Leal
São Paulo

Líder mais uma vez no RUF entre as instituições privadas, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) revisou neste ano os currículos de sete áreas.

A reforma está em sintonia com os chamados percursos formativos, por meio dos quais oferece disciplinas adicionais que complementam a formação básica. A lista inclui administração, ciências contábeis, ciências econômicas, enfermagem, farmácia, fisioterapia e gastronomia.

Um estudante de medicina, por exemplo, pode optar por ter aula de gestão de empresas para administrar um futuro consultório.

"Precisamos estar sempre inovando e enxergar a universidade como uma instituição dinâmica e flexível", afirma o irmão Evilázio Teixeira, reitor da PUCRS.

Mural do prédio 8 da Escola de Humanidades da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) - Leitora

O projeto PUC Carreira visa ajudar os estudantes a terem acesso ao mundo do trabalho, inclusive por meio do empreendedorismo. Já no primeiro semestre, os jovens podem receber ajuda para formatar ideias que venham a originar startups. Cerca de 40% deles fazem estágio remunerado.

A proximidade com o mercado é impulsionada pela parceria com empresas, que se traduz no parque tecnológico da universidade, o Tecnopuc. São 250 companhias instaladas, que atuam em quatro grandes áreas: saúde e ciências da vida, informação e comunicação, indústria criativa, energia e recursos naturais.

O reitor destaca o trabalho do Instituto do Cérebro (InsCer), que faz pesquisa de ponta no diagnóstico e cura de doenças degenerativas e vem desenvolvendo radiofármacos com perspectivas reais de sucesso.

A universidade gaúcha é seguida no topo do ranking das particulares por duas PUCs, a do Rio de Janeiro e a do Paraná. Cada uma com orientação e gestão próprias, são universidades de direito privado e função pública.

"Isso significa uma combinação entre a iniciativa privada e o compromisso com a educação do país. O caráter confessional permite que tenhamos uma visão humanista, em que a formação e a democratização do ensino e da pesquisa estejam acima do lucro", diz o padre Anderson Antonio Pedroso, reitor da PUC-Rio.

A PUC-Rio tem cerca de 9.000 alunos na graduação, sendo que 40% deles recebem bolsa. Somados aos inscritos no mestrado e doutorado, são 12 mil alunos. O objetivo no médio prazo é alcançar o patamar de 10 mil na graduação e até 4.000 na pós.

Para isso, a universidade lançou recentemente um programa de captação de recursos a serem usados na ampliação de ações de apoio à permanência do estudante, beneficiando inclusive jovens de classe média. A meta é chegar a R$ 500 milhões em dez anos.

A PUC-Rio mantém mais de 120 parcerias com grupos empresariais, no Brasil e no exterior, com presença significativa no setor de óleo e gás e, cada vez mais, com estudos que possam contribuir para a transição energética.

Entre projetos recentes, o reitor cita o Amazonizar, de geração de conhecimento sobre a Amazônia, e acordos com companhias chinesas que abrangem investimentos em pesquisa e ensino.

Na PUCPR, um marco recente foi o lançamento do Open Academy. Trata-se de um curso multidisciplinar com duração de seis meses a um ano. É possível frequentar disciplinas de qualquer escola ou curso, entre mais de 170 opções, exceto as que fazem parte da graduação em medicina.

Num segundo momento, os estudantes escolhem a carreira que vão seguir e validam as matérias concluídas, segundo a matriz curricular da graduação selecionada.

A jornada na graduação passa a ser constituída por dois ciclos. O programa foi lançado no segundo semestre de 2023, com o processo seletivo de novos alunos no primeiro semestre deste ano.

"É um novo jeito de decidir sobre a própria formação e carreira, que permite ao estudante explorar disciplinas antes de se concentrar em uma área específica de estudo", afirma o reitor, irmão Rogério Renato Mateucci.

Outra novidade foi a inauguração, também em 2023, do Centro de Realidade Estendida (CRE), que reúne recursos digitais. Com mais de 3.600 m², inclui teatro digital de cúpula e 18 salas imersivas. Um dos objetivos é desenvolver ideias que atendam projetos de ensino dos professores.

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