Os melhores cursos pagos na classificação do ranking da Folha têm em comum a atenção a novidades do mercado, o foco nas atividades práticas e a busca de inovações constantes no currículo.
As mensalidades, no entanto, podem chegar a cinco vezes a média dos valores cobrados no país.
É o caso de administração de empresas na FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas), o melhor entre as ofertas das escolas particulares. A instituição cobra R$ 4.100 mensais, quase o quíntuplo do valor médio praticado nas instituições privadas (R$ 854,45), segundo estudo da consultoria Hoper Educação.
Para Renato Ferreira Guimarães, coordenador do curso, o valor da mensalidade reflete um corpo docente composto em sua quase totalidade por doutores com experiência internacional e a estrutura, "que oferece ecossistema para os alunos exercitarem a profissão, com empresas e escritório de gestão de recursos humanos juniores e ligas de empreendedorismo".
Segundo Guimarães, o maior patrimônio da instituição é a forte integração do curso com o mundo dos negócios. "A escola formou muita gente que traçou trajetórias de destaque. Essas pessoas voltam como professores ou abrem as portas de suas empresas para os alunos aprenderem na prática", diz.
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É da FGV-SP, também, a graduação em direito de instituição privada com a melhor nota. Roberto Dias, coordenador, atribui o resultado a um corpo docente formado por 90% de doutores e à incorporação rápida de assuntos atuais, como interações entre direito e tecnologia.
A mensalidade, de R$ 4.956,50, está bem acima da média nacional (R$ 1.104,82).
No melhor curso de engenharia civil privado do RUF 2017, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, projetos extracurriculares integram professores e alunos de diferentes etapas e ampliam o contato do estudante com problemas que ele vai enfrentar na profissão.
O "Engecuriosos" é uma dessas ações, na qual calouros interagem com veteranos para montarem o projeto de uma estrutura real.
Segundo Magda Aparecida Salgueiro Duro, coordenadora da graduação, as atividades ajudam a diminuir a evasão. Para estudar ali, é preciso desembolsar por mês R$ 2.513 –o dobro da média de engenharia civil (R$ 1.232,13).
O melhor curso particular de arquitetura e urbanismo, do Mackenzie, tem mensalidade de R$ 2.992, o dobro da média nacional. No Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, sexta melhor graduação na área, custa ainda mais: R$ 4.621,68.
A carreira mais cara é medicina, com valor médio mensal de R$ 6.629. O curso da Faculdade de Medicina e Odontologia São Leopoldo Mandic, com sede em Campinas (SP), 19º colocado no RUF 2017, a mensalidade no primeiro ano chega a R$ 11.870.
Uma exceção é o curso da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Primeiro do ranking de instituição privada em medicina, sua mensalidade, de R$ 5.393, fica abaixo da média.
De acordo com Paulo Carrara, diretor da faculdade, o curso aposta em renovação dos conteúdos e formação mais humanizada. Além disso, conta com o suporte dos hospitais da Santa Casa de São Paulo para atividades práticas dos estudantes.
Mas a lista de melhores cursos também tem opções menos caras. A graduação em direito no FMU (Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas), de SP, custa a partir de R$ 820, e ocupa a oitava colocação entre os pagos no RUF 2017.