Líder em produção científica no RUF, USP perde em ensino

Bruno Santos/ Folhapress)
SAO PAULO, SP, BRASIL, 12-09-2017: Obras paradas na Universidade de Sao Paulo (USP). Na foto, obra parada do Centro de Convencoes da USP. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress) *** FSP-ESPECIAIS *** EXCLUSIVO FOLHA***
Obra do centro de convenções da USP, que está parada; universidade ficou em 3º lugar no RUF
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A USP é a universidade do país que mais pede patentes, mais produz artigos científicos e mais recebe citações dos trabalhos que publica. No ranking da Folha, no entanto, assume a 3ª posição.

A maior universidade pública brasileira em número de estudantes perde pontos no indicador de ensino do RUF que, ao lado de pesquisa, internacionalização, inovação e mercado, integra a fórmula de avaliação.

A instituição zera em um componente do RUF voltado ao desempenho estudantil. As notas médias dos alunos nos últimos três Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) representam 2% do valor que cada escola recebe no ranking. Como quem estuda na USP não faz o exame, a universidade não recebe pontos nesse quesito.

Se tivesse a mesma nota média da Unicamp no exame, a USP teria cerca de 1,50 ponto a mais na sua nota final –o suficiente para encabeçar o ranking. Para se ter uma ideia, o que separa a USP da líder, a UFRJ, é 0,18 ponto.

A USP, no entanto, lidera nos indicadores de mercado, inovação e pesquisa. "A quantidade e a qualidade da produção científica continuam crescendo", diz o reitor, Marco Antonio Zago.

Dados das últimas edições do ranking mostram que a USP aumentou em 1% os recursos estaduais e federais para pesquisa de 2012 a 2014. O impacto da pesquisa da USP no período cresceu 4,3%.

Em setembro, a USP figurou como a melhor brasileira (61º no mundo) no ranking mundial QS, que avalia empregabilidade.

Em outras listagens de universidades, porém, a USP tem perdido posições. Desde 2016, está classificada no grupo 251º-300º do ranking global de universidades THE. Neste ano, perdeu a liderança para a Unicamp na lista de latino-americanas do THE.

"Não há queda. São variações de um ranking isolado, novo, que faz sua segunda publicação", afirma Zago. Ele diz ainda que a USP está entre as cem melhores do mundo no ranking THE que avalia a reputação das escolas.
Os resultados já foram mais animadores: a USP é a única brasileira que esteve entre as 200 melhores do mundo no THE em 2011 (178º lugar) e em 2012 (158º lugar).

Editoria de arte/Folhapress

Esse período, aliás, coincide com a intensificação dos gastos da universidade.

De acordo com tese de doutorado de Alexandre Sassaki, defendida na USP, o ritmo dos gastos superou o crescimento do orçamento em 2011.

Em 2013, a universidade gastou mais do que recebera do governo paulista (R$4,1 bilhões) só com salários.

De acordo com Zago, entre 2014 e 2017, na sua gestão, a USP reduziu o gasto (real) com pessoal em 14% com um programa de demissão voluntária.

COLABOROU DANIEL MARIANI

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