A USP é a universidade do país que mais pede patentes, mais produz artigos científicos e mais recebe citações dos trabalhos que publica. No ranking da Folha, no entanto, assume a 3ª posição.
A maior universidade pública brasileira em número de estudantes perde pontos no indicador de ensino do RUF que, ao lado de pesquisa, internacionalização, inovação e mercado, integra a fórmula de avaliação.
A instituição zera em um componente do RUF voltado ao desempenho estudantil. As notas médias dos alunos nos últimos três Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) representam 2% do valor que cada escola recebe no ranking. Como quem estuda na USP não faz o exame, a universidade não recebe pontos nesse quesito.
Se tivesse a mesma nota média da Unicamp no exame, a USP teria cerca de 1,50 ponto a mais na sua nota final –o suficiente para encabeçar o ranking. Para se ter uma ideia, o que separa a USP da líder, a UFRJ, é 0,18 ponto.
A USP, no entanto, lidera nos indicadores de mercado, inovação e pesquisa. "A quantidade e a qualidade da produção científica continuam crescendo", diz o reitor, Marco Antonio Zago.
Dados das últimas edições do ranking mostram que a USP aumentou em 1% os recursos estaduais e federais para pesquisa de 2012 a 2014. O impacto da pesquisa da USP no período cresceu 4,3%.
Em setembro, a USP figurou como a melhor brasileira (61º no mundo) no ranking mundial QS, que avalia empregabilidade.
Em outras listagens de universidades, porém, a USP tem perdido posições. Desde 2016, está classificada no grupo 251º-300º do ranking global de universidades THE. Neste ano, perdeu a liderança para a Unicamp na lista de latino-americanas do THE.
"Não há queda. São variações de um ranking isolado, novo, que faz sua segunda publicação", afirma Zago. Ele diz ainda que a USP está entre as cem melhores do mundo no ranking THE que avalia a reputação das escolas.
Os resultados já foram mais animadores: a USP é a única brasileira que esteve entre as 200 melhores do mundo no THE em 2011 (178º lugar) e em 2012 (158º lugar).
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Esse período, aliás, coincide com a intensificação dos gastos da universidade.
De acordo com tese de doutorado de Alexandre Sassaki, defendida na USP, o ritmo dos gastos superou o crescimento do orçamento em 2011.
Em 2013, a universidade gastou mais do que recebera do governo paulista (R$4,1 bilhões) só com salários.
De acordo com Zago, entre 2014 e 2017, na sua gestão, a USP reduziu o gasto (real) com pessoal em 14% com um programa de demissão voluntária.
COLABOROU DANIEL MARIANI